Vice-prefeito de Uberlândia é investigado pelo MP em denúncia de injúria racial contra aluna de escola pública
Vice-prefeito de Uberlândia é investigado por injúria racial O vice-prefeito de Uberlândia, Vanderlei Pelizer (PL), é investigado pelo Ministério Público...
Vice-prefeito de Uberlândia é investigado por injúria racial O vice-prefeito de Uberlândia, Vanderlei Pelizer (PL), é investigado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por injúria racial. A denúncia diz que Pelizer hostilizou uma criança dentro do Centro Administrativo Virgílio Galassi, sede da Prefeitura, durante uma mostra promovida por escolas da rede municipal. O evento realizado no dia 14 de novembro contou com apresentações de poesias e outras manifestações artísticas sobre o racismo. No dia do evento, Pelizer publicou um vídeo nas redes sociais mostrando parte do ocorrido e o que questionou. Veja acima. Em nota, Pelizer afirmou que não houve em suas palavras qualquer forma de manifestação de cunho racista e ressaltou seu repúdio a qualquer tipo de discriminação. Leia a nota completa no fim da reportagem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Triângulo no WhatsApp Conforme a denúncia, na ocasião, uma aluna negra, com o rosto parcialmente coberto, recitava uma poesia de afirmação de identidade racial, com trechos como: “Resolvi rasgar folha branca onde escrevi minha vida, pintei o meu mundo de preta assumida e comecei a apertar, cabelo para o alto, digital de empunho”. Durante o recital, o vice-prefeito disse aos presentes "observem bem o que nós, como governo de direita, temos que enfrentar todos os dias aqui na Prefeitura.” Segundo a representação enviada ao Ministério Público, o vice-prefeito cometeu o crime de racismo ao desqualificar manifestações de identidade negra, negar a um grupo racial o direito de se afirmar e classificar práticas pedagógicas antirracistas como “lavagem cerebral” de crianças. O documento também afirma que ele incitou hostilidade contra pessoas negras e expôs crianças e servidores municipais a uma situação considerada vexatória e politicamente instrumentalizada, em desacordo com os deveres do cargo. O g1 teve acesso a áudios onde professoras relataram o episódio. De acordo com as docentes, Pelizer abordou as crianças, sem avisar, e passou a gravá-las, tentando fazer com que os alunos se confundissem ao responder perguntas sobre o racismo. “Ele perguntou se eles achavam que existia racismo, se eles já presenciaram racismo na escola e se não era suficiente chamar a polícia. Tudo isso numa tentativa de fazê-los responder errado e os acusarem de serem doutrinados”, contou a professora. O que disse o vice-prefeito "Não houve, em nenhuma de minhas palavras ou em minha fiscalização, qualquer forma de manifestação de cunho racial, e reafirmo meu absoluto repúdio a qualquer tipo de discriminação. O que se observa, com clareza, é mais uma tentativa de setores da militância ideológica da esquerda de utilizarem a via judicial como instrumento de perseguição política, em um fenômeno conhecido como ativismo judicial seletivo, prática já vista em regimes modernos de viés autoritário, nos quais o Judiciário passa a ser utilizado como ferramenta para silenciar opositores. Carrego com orgulho os ensinamentos das professoras e professores que contribuíram para minha formação. Sou apaixonado pela educação e pela nobre missão de ensinar — missão esta que sempre defendi com firmeza. Não por acaso, sou um apoiador convicto dos colégios cívico-militares, onde o professor é respeitado, valorizado e protegido, tendo ao seu lado a segurança necessária contra alunos que, infelizmente, já não respeitam mais a autoridade do educador. Todavia, como vice-prefeito, reafirmo: sou totalmente contra aqueles que, em vez de ensinar, tentam doutrinar crianças com pautas comunistas, ideologias de esquerda ou agendas político-partidárias. Professor tem que ensinar sua matéria, preparar o aluno para a vida, formar cidadãos, e não transformar a sala de aula em palanque ideológico e político. E é isso que minha fiscalização combate. É contra esse tipo de atuação, que desvirtua a essência da educação, que tenho me levantado — sempre de forma clara, aberta e dentro do direito constitucional de crítica e opinião. Isso se chama democracia. Por isso, a utilização do Poder Judiciário, assim como pedidos de cassação movidos contra minha pessoa por políticos de esquerda, ou a mando desses, apenas confirma aquilo que a população já percebe: há um grupo que não aceita o livre debate, não suporta opinião divergente e tenta silenciar quem pensa diferente. Para eles, quem discorda deve ser eliminado do debate público — uma postura que afronta diretamente o maior princípio democrático: a liberdade de expressão e o confronto saudável de ideias. Reforço que seguirei firme, com a consciência tranquila e o compromisso intocável com Uberlândia, com a educação de verdade e com a defesa da democracia — aquela que existe para todos, não apenas para quem pensa igual. Também estarei totalmente à disposição das autoridades para esclarecer minha atuação e fiscalização enquanto vice-prefeito, atuação essa pautada pelos princípios da ética, do zelo e do senso de obrigação enquanto vice-prefeito eleito democraticamente." 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