Megaoperação contra PCC começou com prisão de 'Sorriso Maroto', enviado de SP para reestruturar facção em Roraima

Delegado da Polícia fala sobre megaoperação contra o PCC em cidades de Roraima A megaoperação deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (25) contra...

Megaoperação contra PCC começou com prisão de 'Sorriso Maroto', enviado de SP para reestruturar facção em Roraima
Megaoperação contra PCC começou com prisão de 'Sorriso Maroto', enviado de SP para reestruturar facção em Roraima (Foto: Reprodução)

Delegado da Polícia fala sobre megaoperação contra o PCC em cidades de Roraima A megaoperação deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira (25) contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) é resultado das investigações abertas após a prisão de Rodrigo Alberto Xavier, o “Sorriso Maroto”, de 37 anos, em maio. Enviado de São Paulo para reestruturar a facção no estado, ele foi o ponto de partida para que a polícia identificasse os alvos da operação. A Operação Fim de Dança II, cumpriu 77 ordens judiciais e teve como alvo todo o esquema de venda de drogas e movimentação financeira da organização criminosa em Roraima. O nome “Fim de Dança" faz referência ao apelido do investigado, em alusão à expressão usada pelos agentes de que “iria acabar o samba do Sorriso Maroto”. Segundo as investigações, após a prisão do líder, os agentes passaram a mapear a rede que ele coordenava e descobriram que o PCC mantinha pelo menos 55 “lojas” do tráfico, pontos de venda distribuídos em diferentes regiões do estado. Cada uma tinha faturamento estimado em R$ 1,5 mil por dia, parte enviada ao núcleo financeiro da facção em São Paulo. LEIA TAMBÉM: Operação prende membro do PCC suspeito de vir de São Paulo para reestruturar facção em Roraima Polícia Civil faz megaoperação contra o PCC e cumpre 77 mandados em cidades de Roraima PCC em Roraima mantém 'lojas' do tráfico de drogas e envia dinheiro dos lucros a SP, aponta Polícia Civil A operação desta terça é considerada a maior já realizada pela Polícia Civil de Roraima. A ação integrou equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRR). Mais de 300 policiais civis participaram, entre eles 51 delegados, em 95 viaturas. Foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 55 de busca e apreensão — cumpridos em Boa Vista, Caracaraí, Rorainópolis, Mucajaí, Iracema, São João da Baliza e também em São Paulo. Em um dos alvos, em Caracaraí, os agentes encontraram meio quilo de pasta base de cocaína. Celulares, munições, drogas e veículos também foram apreendidos em vários municípios. Dois mandados foram cumpridos em São Paulo, entre eles o de um homem apontado como peça importante no setor financeiro do PCC em Roraima. Origem das investigações Operação mira facção criminosa que comanda tráfico de drogas em quatro municípios de RR A primeira fase da operação, deflagrada em maio, mirou o núcleo que Sorriso Maroto organizava. Segundo a polícia, ele foi enviado de São Paulo ao estado para “reestruturar” a facção, organizar o fluxo de drogas, fortalecer a hierarquia interna e recriar o sistema de distribuição que abastecia cidades do interior. Considerado de alta periculosidade, ele já havia sido preso em março, em Caracaraí, após tentar enganar policiais com nome falso. Era foragido do sistema penitenciário de Campinas (SP). Na ação de maio, a polícia apreendeu quase 14 kg de drogas e encontrou o “cofre central” da facção — um tonel enterrado no meio da mata com mais de 4 kg de cocaína que abasteciam os pontos de venda. A partir desse conjunto de provas, a Draco conseguiu mapear os responsáveis por cada um dos pontos de comércio de drogas e identificar a estrutura financeira que sustentava a operação criminosa no estado. Rede estruturada para tráfico e arrecadação em Roraima Operação Fim de Dança cumpiu mandados de busca e de prisão em Roraima e São Paulo. PCRR/Divulgação Segundo o delegado Wesley Costa de Oliveira, coordenador da Draco, cada investigado era responsável por um ponto de venda. O único caso em dupla era de um casal que administrava uma das “lojas”. Dez desses pontos funcionavam em Caracaraí. “Foram meses de investigação que resultaram em prisões, apreensões e em um golpe direto contra a estrutura do PCC no estado. Nosso objetivo é retirar faccionados das ruas, desarticular as lojas de droga e reduzir os homicídios que decorrem dessa disputa por território. E esse trabalho não para, novas operações virão", disse Wesley. A delegada-geral Darlinda Moura classificou a ofensiva desta terça como “extremamente exitosa” e destacou que a operação ocorreu sem feridos. “É a maior operação que a Polícia Civil já fez no estado. O objetivo é atacar diretamente uma das facções que opera dentro de Roraima. A ação ocorreu sem intercorrências e com cumprimento quase total dos mandados”, disse Darlinda. Um levantamento recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica que o PCC tem presença consolidada em 13 municípios de Roraima e domínio exclusivo em cinco deles. A atuação envolve tráfico de drogas, homicídios, furtos e roubos, todos interligados à estrutura da facção. Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.