Mãe Luiza tem mais um fim de semana com tiroteios; número de prisões sobe para 12

Onda de violência em Mãe Luiza: serviços afetados A população do bairro de Mãe Luiza, na Zona Leste de Natal, viveu mais um fim de semana com registros de...

Mãe Luiza tem mais um fim de semana com tiroteios; número de prisões sobe para 12
Mãe Luiza tem mais um fim de semana com tiroteios; número de prisões sobe para 12 (Foto: Reprodução)

Onda de violência em Mãe Luiza: serviços afetados A população do bairro de Mãe Luiza, na Zona Leste de Natal, viveu mais um fim de semana com registros de tiroteios. Esse foi pelo menos o quarto episódio ocorrido neste mês de novembro. Não houve registro de feridos. De acordo com a Polícia Militar, dessa vez os tiros foram motivados por conta de uma disputa territorial entre facções. Na semana passada, o comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Coronel Alarico, havia confirmado que grupos criminosos têm tentado se instalar no bairro. 📳 Clique aqui para seguir o canal do g1 RN no WhatsApp A Polícia Militar informou que o número de pessoas presas por conta dos incidentes recentes no bairro aumentou para 12. O número anterior era de sete pessoas detidas. O suspeito mais recente, de 18 anos, foi preso neste domingo com três coletes a prova de balas roubados, celulares, materiais que seriam utilizados no tráfico de drogas e uma máscara. Jovem de 18 anos foi preso com material roubado em Mãe Luiza neste domingo Divulgação/PMRN Os tiros neste domingo voltaram a assustar os moradores. "Eu estava dentro de casa e simplesmente não saí. Como eu estava com medo, eu desliguei tudo, televisão, tudo, e adormeci, não vi mais nada", disse uma moradora que preferiu não identificar. "É uma situação difícil e complicada. Por que infelizmente aqui não moram só pessoas que fazem parte de situações da qual muitos sabem. Aqui não só tem bandido, não só tem traficante. Aqui também existem pessoas de bem, aqui existem famílias que infelizmente se encontram no meio dessa situação difícil", completou outra moradora, que também preferiu ter a identidade preservada. Os outros três episódios anteriores de tiroteios no bairro foram em: 5 de novembro - Dezenas de tiros foram ouvidos no bairro, tendo uma viatura da PM sido atingida. Troca de tiros aconteceu após polícia encontrar 15 suspeitos com roupas camufladas em uma área de mata. 13 de novembro - Vídeos gravados por moradores mostram sons de vários disparos de arma de fogo. A PM informou que o confronto não foi entre policiais e criminosos. Unidade Mista de Saúde fechou as portas às 20h e aulas da Escola Estadual Dinarte Mariz foram canceladas no dia seguinte. 16 de novembro - Suspeitos no entorno da mata perceberam presença policial e atiraram. O helicóptero da Secretaria de Segurança foi acionado. Foram apreendidas uma submetralhadora do tipo SMT, munições de grosso calibre e roupas camufladas utilizadas pelos suspeitos. Aulas nas escolas públicas foram suspensas e os atendimentos nas unidades de saúde reduzidos. A PM informou a prisão de sete pessoas desde o início das operações no bairro. Operação 'Mãe Luiza Segura' A Polícia Militar informou que tem feito uma operação chamada de "Mãe Luiza Segura" desde o dia 7 de novembro. Até este domingo (23), segundo a corporação, 12 pessoas foram presas, sendo três delas que tinham mandados de prisão em aberto. Além disso, a PM informou que foram apreendidas quatro armas: uma calibre ponto 40, duas pistolas 380 e um revólver calibre 38. Um veículo clonado também foi recuperado pelos policiais, além de celulares, entorpecentes e material para tráfico de drogas apreendidos. A PM também tem montado barreiras policiais no bairro. Materiais apreendidos pela polícia durante operações Reprodução/Inter TV Cabugi Escolas esvaziadas Diferente da semana passada, as escolas não fecharam as portas nesta segunda-feira (24), mas o medo tem afetado a frequência dos alunos. Em um dos CMEIs do bairro, que conta com 200 alunos matriculados de 1 a 4 anos de idade, a direção informou que apenas 32 foram para as aulas nesta segunda. Na Escola Estadual Dinarte Mariz, o número de presentes foi maior, mas ainda abaixo do esperado: pouco mais de 200 alunos dos 300 matriculados compareceram. "Conversando com as famílias e mostrando que a vida tem que continuar, mesmo dentro dessa perspectiva da violência que está em Mãe Luiza, mas que a gente vai tocando a escola, que a escola não vai parar", disse o vice-diretor da escola, Marco Lira. "Hoje [segunda-feira] abrimos, as pessoas vão conversando no bairro, isso acontece muito entre as famílias. Estão vendo a possibilidade de ter as aulas aqui funcionando normal. Acredito que a partir de terça, quarta-feira a gente volte a ter pelo menos 70%, 80% da nossa realidade frequentando as aulas aqui normalmente". Vídeos mais assistidos do g1 RN