Cronograma revela lentidão na reparação da bacia do Rio Paraopeba após rompimento de barragem

Cronograma revela lentidão em reparos na bacia do Rio Paraopeba após tragédia de Brumadinho Quase sete anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadi...

Cronograma revela lentidão na reparação da bacia do Rio Paraopeba após rompimento de barragem
Cronograma revela lentidão na reparação da bacia do Rio Paraopeba após rompimento de barragem (Foto: Reprodução)

Cronograma revela lentidão em reparos na bacia do Rio Paraopeba após tragédia de Brumadinho Quase sete anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que matou 270 pessoas, as ações de reparação da bacia do Rio Paraopeba seguem em ritmo lento, segundo dados do Relatório de Auditoria Socioambiental Independente (veja o relatório completo neste link). Em um dos trechos considerados mais críticos, entre Brumadinho e Juatuba, apenas 22% do serviço de dragagem foi concluído. O levantamento também aponta que intervenções para a recuperação de margens e planícies do rio ainda estão em fase de definição entre as partes envolvidas, sem previsão de início. O cronograma divulgado prevê que parte das ações se estenda até 2028 e 2030. Cronogramas passam a ser acompanhados por auditoria Os dados se referem aos cronogramas de reparação do acordo judicial firmado após o desastre. O plano é acompanhado por uma auditoria independente, que recebe informações fornecidas pela Vale, responsável pela execução das ações. Após análise de órgãos ambientais, os resultados são divulgados em uma plataforma pública, acessível a toda a sociedade, que reúne documentos como planos, projetos e programas de reparação socioambiental da bacia. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Dragagem do rio segue abaixo do esperado Um dos principais pontos de atenção é o trecho de 46 quilômetros entre Brumadinho e Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a auditoria, apenas 22% da dragagem foi concluída nessa área. O serviço tem como objetivo retirar o rejeito acumulado no leito e na bacia do Rio Paraopeba. As obras começaram em maio de 2019 e, segundo o cronograma atual, a previsão é que sejam finalizadas em dezembro de 2028. Recuperação de margens ainda não começou O relatório chama atenção para a ausência de avanços nas ações voltadas à recuperação de margens e planícies do rio. Segundo a auditoria, essas atividades ainda estão em fase de definição entre as partes envolvidas no acordo judicial e não têm data prevista para começar. Maioria dos planos foi executada após aprovação Segundo os dados divulgados, 73% dos planos, projetos e programas de reparação socioambiental da bacia do Rio Paraopeba, elaborados pela Vale, já foram realizados após aprovação dos órgãos ambientais e das instâncias previstas no acordo judicial. Regularização fundiária no entorno da Serra do Rola-Moça O plano também prevê a regularização fundiária de áreas no entorno do Parque Estadual da Serra do Rola-Moça. O projeto teve início em fevereiro deste ano, mas ainda está na primeira etapa, que envolve análises técnicas e negociações com proprietários de terras. De acordo com a mineradora, 57% das ações previstas nessa fase tiveram andamento. As próximas etapas incluem a aquisição dos terrenos e a posterior transferência da titularidade ao Instituto Estadual de Florestas (IEF). Estudos de saúde e impacto ambiental avançam lentamente Além da recuperação ambiental, o acordo judicial prevê estudos de risco à saúde humana e ao meio ambiente em 29 municípios da bacia do Paraopeba. Ao todo, mais de 400 comunidades são envolvidas, incluindo 87 de povos e comunidades tradicionais. Os estudos foram divididos em cinco fases, mas, até o momento, o avanço é de apenas 23%. Os levantamentos começaram em agosto deste ano e têm previsão de conclusão em agosto de 2030. O g1 entrou em contato com a Vale e Ministério Público e aguarda retorno. Relembre o caso No dia 25 de janeiro de 2019, a barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, da mineradora Vale, rompeu em Brumadinho, liberando uma enorme onda de lama tóxica que soterrou parte da estrutura da própria mina, áreas residenciais e comunidades rurais próximas. O desastre resultou em 272 mortes, incluindo trabalhadores e moradores da região. A lama percorreu comunidades, devastou terrenos e comprometeu o curso do Rio Paraopeba, causando impactos ambientais e socioeconômicos que continuam sendo sentidos anos depois. A tragédia é considerada um dos maiores acidentes industriais e ambientais do país, com milhares de pessoas diretamente afetadas e consequências que ultrapassam a esfera local. LEIA TAMBÉM: Quatro anos da tragédia em Brumadinho: 270 mortes, três desaparecidos e nenhuma punição Vale assina acordo de R$ 37,68 bilhões para reparar tragédia de Brumadinho Barragem da Vale se rompe em Brumadinho, MG Rio Paraobepa afetado pela lama. Reprodução TV Globo / Arte: Bárbara Miranda/g1 Bombeiros no trabalho de resgate de vítimas da tragédia de Brumadinho Gabriel Brandão/Divulgação Momento do rompimento da barragem. JN Trabalho na tragédia de Brumadinho marcou a vida dos bombeiros Eduardo Fernando Castanho/Arquivo pessoal Duzentas e setenta pessoas morreram na tragédia de Brumadinho Anna Lúcia Silva/G1 Vídeos mais vistos no g1 Minas Gerais